Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Mauá
Na manhã do dia 11 de abril de 2013, às 10 horas,
iniciou em Porto Mauá, junto ao pavilhão da Festa dos Navegantes, às margens do
rio Uruguai, seminário sobre barragens, para informar a população sobre o plano
de construção das barragens Garabi e Panambi. O evento foi promovido pelo MAB –
Movimento de Atingidos por Barragens, Igreja Evangélica de Confissão Luterana
no Brasil e a Diocese de Santo Ângelo, com apoio da Prefeitura Municipal de
Porto Mauá.
Mais de mil pessoas estiveram presentes pela manhã,
representando municípios como: Alecrim, Crissiumal, Dr. Maurício Cardoso,
Garruchos, Itapiranga e Mondaí / SC, Novo Machado, Pirapó, Porto Lucena, Porto
Mauá, Porto Vera Cruz, Porto Xavier, Santa Rosa, Santo Ângelo, São Miguel das
Missões, São Nicolau, Vitória das Missões, entre outros.
Estiveram palestrando Gilberto Cervinski, do MAB de
São Paulo e o prof. Domingos de Carvalho Villela Júnior, da Fundação
Educacional Machado de Assis (FEMA).
Segundo Domingos, o que menos valem são as pessoas
para estes mega investimentos. Que os proprietários deverão sacrificar a
produção de sua propriedade em prol do progresso. Questionou por que não existe
fomento à produção de energia alternativa. Que nunca deverá aceitar uma
negociação individual.
Posteriormente, foram realizados manifestações do
público, onde uma pessoa questionou onde estaria o IBAMA nestas horas para
proteger a natureza, que as pessoas muitas vezes não conseguem derrubar uma só
árvore e nestes empreendimentos são destruídos milhões delas.
À tarde, houve continuidade do seminário, com Informações
da Eletrobrás sobre o Plano de Construção das barragens Garabi e Panambi, sendo
das 13h30min às 14 horas: formação de mesa com autoridades e representantes de
entidades / movimentos sociais do Brasil e Argentina, das 14 às 16 horas:
informações de debate sobre o Complexo Binacional Garabi / Panambi, com
Gilberto Cervinski - Coordenador Nacional do MAB, Arlete Nunes e Daniela Soares
da Eletrobrás, Raul Aramendy - professor da Universidade de Posadas /
Argentina, representante da Secretaria Geral da Presidência e representante do
Grupo de Trabalho Garabi / Panambi – Governo do Estado do RS, das 16 às 17
horas tribuna livre, e às 17 horas o encerramento.
Pelo período da tarde, mais de 1500 pessoas se fizeram
presentes, dentre estes, os prefeitos de Dr. Maurício Cardoso, Novo Machado,
Porto Vera Cruz, Porto Mauá e Mondaí – SC. Os deputados federais Elvino Boh
Gáss e Dionísio Marcon, e o deputado estadual Jeferson Fernandes.
Raul Aramendy é contrário às obras, pela legislação da
Argentina há necessidade da realização de um plebiscito, não se deve tocar no
rio Uruguai, informou ainda que um cientista brasileiro declarou que as
barragens colaboram com o aquecimento global da terra.
Dionisio Marcon no seu pronunciamento manifestou-se
contrário a obras de barragens, como conviveu com a situação de atingido por
barragem sabe dos reais problemas que uma obra desta causa à população.
Jeferson Fernandes no seu discurso questionou como
fazer política para manter o homem no campo se as barragens expulsam as pessoas
do meio rural para as cidades.
Bom Gáss acha que temos diversas alternativas de
produzir energia sem destruir a natureza, que o povo precisa saber as
informações sobre os empreendimentos e que a sociedade deveria ser ouvida
através de plebiscito para saber a opinião do povo.
Lenoir da Rocha, prefeito de Mondaí – SC, manifestou
contrariedade às obras, relatou as experiências presenciadas em locais onde
houve construções de barragens, por isso se deslocou de Santa Catarina para
alertar a população sobre os problemas ambientais e sócias causados pelas
barragens, que não existe progresso / desenvolvimento nos municípios
pós-barragens.
O prefeito de Porto Mauá, Guerino Pedro Pisoni,
destacou a importância da união da população em torno a esta questão e da
necessidade de buscar informações consistentes que contribuem para o
conhecimento e a formação de opinião que produzem um debate de qualidade, pois
todos são responsáveis.
Um representante indígena de São Miguel das Missões
resaltou que os índios também sofrem com estas obras, com as ações dos
governos, que nunca são consultados para nada e nem são indenizados, que eles
também querem participar, que estão juntos na luta contra as barragens e que
são contrários a destruição da natureza.
Após os discursos, houve espaço para o debate, onde a
população presente teve oportunidade de esclarecer dúvidas relacionadas a
construção das barragens, dúvidas estas esclarecidas pela representante Arlete
da Eletrobrás. Não soube informar se há indenização para os pescadores e não respondeu
se o IBAMA já impediu alguma obra de barragem.
Para finalizar, o MAB propôs um desafio, de realizar
plebiscito popular para ver se o povo quer ou não a execução destas obras,
solicitou também a participação da população regional no Encontro Nacional do
MAB, que acontece nos dias 3 a 7 de junho de 2013, em São Paulo.