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Mensagem da Presidência para a Páscoa 2013


Estimados membros da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil! Irmãos e irmãs em Cristo!
A palavra bíblica que acompanha o Tema do Ano da IECLB em 2013 – Ser, Participar, Testemunhar - Eu vivo comunidade – é uma palavra do profeta Isaías que, no capítulo 41, versículo 10, diz:
“Não fiquem com medo, pois estou com vocês; não se apavorem, pois Eu sou o seu Deus. Eu lhes dou forças, ajudo e protejo com a minha forte mão!”
O Pastor Dietrich Bonhoeffer, no seu livro “Vida em Comunhão”, ao caracterizar a comunidade cristã, chama a nossa atenção para um elemento que lhe é essencial.
“Comunhão cristã é comunhão por meio de Jesus Cristo e em Jesus Cristo. [...] Pertencemos uns aos outros tão somente por meio de e em Jesus Cristo”.
Viver comunhão em Jesus Cristo... Não ter medo... Como, diante do que vemos e vivenciamos?
Vivemos tempos em que mortes absurdas ceifam vidas. No Rio de Janeiro, as enchentes estampam uma tragédia reprisada. Boate Kiss são palavras que nos horrorizam. Ao longo deste ano, cada um de nós perdeu pessoas próximas. A IECLB perdeu Ministros e Ministras. O medo nos acompanha nas ruas. Violência e morte parecem andar soltas... e como machucam!
É em meio a essa realidade que existimos enquanto Igreja, enquanto comunidade, por causa de Cristo, por causa da Páscoa, por causa da ressurreição de Jesus Cristo! É em meio a essa realidade que o Lema bíblico da semana da Páscoa de 2013 diz, conforme a palavra do apóstolo Paulo em Romanos, capítulo 6, versículo 9: “Sabemos que Cristo foi ressuscitado e nunca mais morrerá, pois a morte não tem mais poder sobre ele”. A morte não tem mais poder sobre o Cristo ressuscitado.
É por isso, por causa daquilo que Cristo conquistou para nós, que celebramos a vida que brota da morte e em meio à morte! Enquanto comunidade de Jesus Cristo, não nos dobramos diante da aparente onipotência da morte! Vivemos a esperança que nos inspira a caminhar juntos, a nos cuidarmos em comunhão. Afirmamos que Jesus Cristo é o Senhor vivo da Igreja. É ele quem a sustenta em meio às tempestades e tragédias!
A Pa. Margarete, cujo falecimento, ocorrido em fevereiro, lamentamos, escreveu o seguinte:
“Nesta última semana da Paixão, ‘é comum já querermos melhorar’ os dias falando na Páscoa. Nada como já identificar o sabor do chocolate antes da Sexta-Feira Santa. Há quem identifique o feriadão ‘como mais um carnaval’ ou, ainda, quem sonhe com dias de folga. Nossos desejos são de melhorar de vida [...]. Diante da doença que se alastra, da falta de zelo com o mundo, da miséria imposta à gente igual à gente, diante da irritação cotidiana com a obra de Deus, nos desejamos melhores dias para qualquer situação... Vamos tentando melhorar o mundo”.
Cristo mostrou mesmo que a vida precisa ser cuidada em cada gesto. A morte do nosso Deus denuncia o quanto cada um, cada uma de nós, contribui com a morte em nosso dia a dia, o quanto nos atemos a melhorias “e esquecemos da transformação”.
Isto é Páscoa! Transformação! Por causa da Páscoa, podemos pedir perdão e recomeçar como pessoas perdoadas e perdoar o nosso semelhante. Por causa da Páscoa, não precisamos viver com medo de Deus e mergulhados em sentimentos de culpa. Podemos semear palavras e ações que promovem paz, reconciliação, o raiar de um novo dia. Podemos crer que a luz rompe as trevas. Por causa da Páscoa, somos pessoas dignificadas por Deus, podemos viver comunidade e podemos testemunhar o amor radical do Filho de Deus.
Páscoa celebra a passagem da aparente vitória do medo e da morte para a real vitória de Cristo sobre o medo e a morte. Viver dessa confiança e testemunhar essa confiança é o desafio que temos enquanto Igreja de Jesus Cristo quando afirmamos Eu vivo comunidade!
Jesus ressuscitou! Sim, ele verdadeiramente ressuscitou! Por isso celebramos Páscoa! Por isso cremos! Por isso testemunhamos!
Feliz Páscoa!
P. Dr. Nestor Paulo Friedrich
Pastor Presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil


O ESTRANHO!!!


Alguns anos depois que nasci, meu pai conheceu um estranho, recém-chegado à nossa pequena cidade. Desde o princípio, meu pai ficou fascinado com este encantador personagem, e em seguida o convidou a viver com nossa família. O estranho aceitou e desde então tem estado conosco.
Enquanto eu crescia, nunca perguntei sobre seu lugar em minha família; na minha mente jovem já tinha um lugar muito especial. Meus pais eram instrutores complementares: Minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau e meu pai me ensinou a obedecer.

Mas o estranho era nosso narrador. Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e comédias. Ele sempre tinha respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história ou ciência. Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro! Levou minha família ao primeiro jogo de futebol. Fazia-me rir, e me fazia chorar. O estranho nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.
Às vezes, minha mãe se levantava cedo e calada, enquanto o resto de nós ficava escutando o que tinha que dizer, mas só ela ia à cozinha para ter paz e tranquilidade. (Agora me pergunto se ela teria rezado alguma vez, para que o estranho fosse embora).
Meu pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas o estranho nunca se sentia obrigado a honrá-las. As blasfêmias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidos em nossa casa… Nem por parte nossa, nem de nossos amigos ou de qualquer um que nos visitasse. Entretanto, nosso visitante de longo prazo, usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar. Meu pai nunca nos deu permissão para tomar álcool. Mas o estranho nos animou a tentá-lo e a fazê-lo regularmente. Fez com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos. Falava livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Seus comentários eram às vezes evidentes, outras sugestivos, e geralmente vergonhosos.
Agora sei que meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante minha adolescência pelo estranho. Repetidas vezes o criticaram, mas ele nunca fez caso aos valores de meus pais, mesmo assim, permaneceu em nosso lar.
Passaram-se mais de cinquenta anos desde que o estranho veio para nossa família. Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era ao principio. Não obstante, se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda o encontraria sentado em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia...
Seu nome?
Nós o chamamos Televisor...
Nota: Pede-se que este artigo seja lido em cada lar.
Agora tem uma esposa que se chama Computador e um filho que se chama Celular! 

Autor desconhecido  

Folga, tempo livre, férias, existe isto?

A contar pela observação dos movimentos que as pessoas fazem, não temos, como sociedade humana, acordo sobre o sentido daquilo que chamamos de férias, feriado, folga ou tempo livre. Viajar, por exemplo, entre Porto Alegre e o litoral norte do Rio Grande do Sul, ou entre São Paulo e Santos, em dias que iniciam ou encerram períodos de férias e feriadões, nos dá uma idéia do caos no qual está emaranhado aquilo que uma boa parte dos terráqueos chama de folga. O tema é, pois, essa contraditória ocupação do que chamamos de tempo livre. Podemos até mesmo duvidar de que exista algo como tempo livre e folga. Será que não deveríamos falar de períodos diferentemente ocupados, pois como chamar de folga tudo o que acontece, por exemplo, na noite de sábado para domingo, na noite de Natal e na noite do Ano Novo?

O livro sagrado de minha comunidade, a Bíblia, conta que o Criador do céu, da terra e de nós mesmos abençoou e santificou sua obra de sete dias, porque descansou no sétimo dia (Gn 2.2-3). Isto mesmo: ‘abençoou e santificou porque descansou’ e não ‘abençoou, santificou e descansou’. O Criador não trabalhou seis dias e descansou um, como às vezes se diz. A obra foi de sete dias e o descanso fez parte dela. Disto vem que o descanso é uma obra de santificação e bênção de toda e qualquer obra. Podemos, então, nos imaginar que existe a obra abençoada e santificada e existe a obra simplesmente. A diferença entre as duas é a obra do descanso que faz parte de uma e não de outra.

A discussão não é se existe tempo livre ou não, mas se o descanso faz parte da obra ou não. Na verdade, deveríamos entender que o espaço conhecido como tempo livre, folga, domingo, feriado ou mesmo férias, faz parte, em forma de bênção e santificação, da obra que realizamos.

Para abordar este tema sensível, o texto sagrado usa, na língua hebraica, o verbo SCHABAT, via de regra, traduzido como sábado ou descanso, mas que em Gênesis 2.2 tem o sentido de parar. É, por exemplo, o mesmo sentido que tem o verbo usado quando a Bíblia relata que parou de chover no dilúvio (Gn 8.22) e quando parou de cair o maná no deserto (Js 5.12). Sábado é, pois, a capacidade de parar. No contexto da obra de criação do mundo, este verbo aparece junto com o verbo MALAH, que tem sentido de completar. Quer dizer que, quando o Criador sentiu sua obra completa, parou.

Como sociedade humana, os terráqueos de hoje estão pagando o preço por não incorporar estes dois verbos em sua cultura produtiva. Se da obra humana tivesse feito parte o sentido dos verbos completar e parar, não teríamos chegado à degradação ambiental cuja conseqüência já sofremos e que está aí por causa do conceito de desenvolvimento e exploração sem limites, guia das obras da sociedade humana em toda a sua idade industrial.

                                                                                     Leonídio Gaede
                                                                              Vice-Pastor Sinodal
                                                                       Sínodo Vale do Taquari 

Vivemos Caminhando

“Vivemos caminhando, de um ano ao outro andando; só tendo Deus por guia, seguimos nossa via.” (HPD 1, v.2)
O pastor e compositor, Paul Gerhardt, animava a sua Comunidade no Século XVII com essa letra confessional. Eram tempos difíceis, marcados por muito sofrimento, que assolavam a Europa Medieval naquela época. Mas essa letra ainda nos toca e também pode nos animar em nosso tempo. Vivemos caminhando, com relações diferentes do tempo em que vivia o compositor desta letra. Mas caminhamos dia após dia e assim se seguem os anos.
Os tempos mudam e os valores relacionais também. O que permanece é a única certeza que podemos contar com Deus como guia. Finda um ano e um novo se apresenta, assim como as estações da natureza se fundem e se confundem, dando assim, continuidade ao milagre da criação. É milagre da vida – Deus sempre presente.
Virada de ano é isso, olhar para traz, para avaliar e mirar para frente, com novos sonhos para topar novos desafios. Os textos litúrgicos indicados pelas igrejas, para celebrados ecumenicamente neste período, levam nossos pensamentos ao passado e ao novo. Textos que querem nos ajudar para também avaliarmos a nossa vida e ao mesmo tempo nos animam para o novo, alimentando-nos com esperança e confiança. “Tudo está feito! Eu sou o *Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem tem sede darei água para beber, de graça, da fonte da água da vida.” (Apocalipse 21.6)
Seguindo nossa via, fazemos votos que caminhemos juntos, no Novo Ano, com o qual Ele nos agraciará. Desejamos aos Ministros, Ministras, lideranças, que todos juntos podemos cuidar bem daquilo que Deus nos confiou. Cuidar bem das pessoas que vivem ao nosso redor; cuidar das Comunidades que lideramos; cuidar do ambiente em que vivemos; enfim, cuidar também da confessionalidade luterana, pois essa é nossa identidade.

P. Inácio Lemke - Sínodo Norte Catarinense
Publicado no jornal Joinville Luterano, edição jan-fev/2012

Luz que afasta a aflição

Mensagem de Natal/2011 – Presidência da IECLB

Há dois mil e setecentos anos, o profeta Isaías atuou em uma região onde as condições de vida eram precárias. O livro do profeta está recheado de palavras que apontam para essa realidade: invasão por soldados de outros povos, dominação, exílio, suborno, órfãos, leis injustas, lideranças corruptas e hipocrisia religiosa. Aquela terra estava tomada pela escuridão e o povo vivia uma grande aflição.
Setecentos anos antes de Jesus, foi assim: vida difícil, muito difícil, para milhares de seres humanos. Poderíamos dizer: É, naquele tempo... Tanto tempo atrás,

Pai...

Pai... Pai, olha tuas mãos. Elas são importantes na construção de teus filhos; Que elas saibam ser firmes no orientar, Serenas no amparar. Que elas não fujam ao dever de punir, E não se aviltem por agredir... Tuas mãos, pai, devem ser o exemplo do teu trabalho. E que não se abram apenas materialmente, pois isso é um modo de fechar a consciência. Mas que, ao abri-las estejas abrindo muito mais o teu coração e a tua compreensão...
Teus olhos, pai, que responsabilidade eles têm. Que eles vejam as qualidades de teus filhos, por pequenas que sejam, para que as faças crescer. Mas que não deixem de ver os defeitos e as falhas, porque pode ser teu o dever de corrigi-las... Não te consideres, pai, sem defeitos, mas que isso não te desobrigues da perfeição de ensinares o que sabes certo, ainda que tu mesmo tenha dificuldade em segui-lo.
Pai, o que se quer de ti, é que pai sejas. No conceber por amor, no receber por amor, no renunciar por amor, no amor total dos filhos que, sem teu amor, perderão o significado da própria vida. Pai, estás presente no sangue, na herança biológica, na cor, no nome, na língua. Tudo isso, porém, desaparecerá se não te fizeres presente no coração.

Jesus - a água da vida

Leia em sua Bíblia: Jo 4.1-42

Há varias passagens bíblicas que nos chamam atenção, trazendo reflexões de vida e a necessidade que o ser humano tem de se encontrar. Este encontro somente ocorre quando ele descobre que com Deus tem o encontro consigo mesmo. Deus é quem dá o sentido para nossa existência.  Somente Ele tem a água que mata nossa sede definitiva.

Um dos textos do evangelho rico em reflexão é o dialogo de Jesus com a samaritana quando esta vai ao poço buscar água, cfe Ev Jo 4. Na conversa com a mulher samaritana Jesus oferece a ela a água da vida, que não pára jamais de jorrar. Esta passagem tem uma grande mensagem salvifica.
Também nós temos sede constantemente. Esta sede também pode ser sinônimo de desejo. Enfim, vivemos num eterno desejo de ser feliz, de conquistas. Porém, toda sede, todo o desejo é insaciável, porque o ser humano sempre procura saciar sua sede em fontes apenas humanas. Isto é, buscando satisfazer seus desejos nas coisas matérias.
O ser humano acredita que no prazer, no poder ou mesmo no ter pode se sentir saciado. Porém é uma busca inútil, pois quanto mais se deixa levar por estas fontes, não se sente satisfeito e feliz, ocorrendo justamente o contrario, sente mais sede ainda, mergulhando num grande vazio, perdendo sua própria referencia, o sentido para sua vida, entrando num mundo totalmente desconhecido.
Jesus é a água viva, todo aquele que bebe dela jamais terá sede. Está é a grande mensagem deixada para nós através de seu dialogo com a samaritana, que naquele momento está representando todos nós.
A maioria do sofrimento humano está relacionada à falta desta água viva, pois, sem Jesus como água da vida o ser humano torna-se vulnerável à suas vontades e assim, busca suprir sua sede no que lhe é oferecido no primeiro momento, não medindo as conseqüências de seus atos.
Cada vez que nos afastamos de Jesus, mais sede sentimos, e quando ela aumenta tomamos qualquer água que nós é oferecida sem preocuparmos que tal água pode estar contaminada, levando-nos a contrair doenças biológicas, emocionais e ter como conseqüência a morte espiritual.
Finalizando esta pequena reflexão, que não tenhamos receio de buscar a água na fonte certa que é Criosto. Água que mata nossa sede definitiva, saciando nossos desejos, tornando-nos mais felizes e proporcionando forças para atravessar os desertos os quais somos obrigados passar, porem abastecidos da graça.
O dialogo de Jesus com a mulher samaritana fez com que ela se encontrasse consigo mesma e espalhasse entre os samaritanos a Boa Nova, tanto que, Jesus permaneceu com eles alguns dias. 

Olhemos para o lado

Você é uma pessoa egoísta? Todos nós temos uma tendência a sermos egoístas. Os nossos problemas são os mais importantes e prioritários. Eu quero isso, eu preciso daquilo. Eu, eu...eu. Tudo eu. Você já pensou nas conseqüências do egoísmo? A violência, as crises nos relacionamentos, os problemas entre colegas de trabalho, o caos do trânsito e a frieza entre as pessoas. Estes são alguns dos sintomas de que precisamos olhar mais para o lado e deixar um pouco de pensar só em nós. A Bíblia nos alerta: “Que ninguém procure somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros” (Fp 2.4). Veja que o texto não fala para você abrir mão de você em prol do outro, mas para não pensar o tempo todo nas suas necessidades e olhar para os outros. Faça uma avaliação e veja quanto tempo você se preocupa com você e quanto tempo você dedica a alguém. O grande exemplo a seguir é Cristo. Ele se entregou por nós. O amor que ele tem por você é tão grande que ele morreu por você. Este amor é o que nos motiva a olhar para o lado e ajudar quem precisa de nós. Senhor, ajuda-me a olhar para o meu próximo com amor e preocupação.

Crise de valores

Quino, o cartunista argentino autor de Mafalda, perplexo com o rumo que seguimos neste século no que diz respeito a valores e educação, deixou impresso num cartoon o seu sentimento:












Com sua genialidade, o artista  convida-nos a refletir sobre a REAL CRISE do tempo no qual vivemos...

Pentecostes

Falar de Pentecostes e do Espírito Santo, não é tão simples como parece. Afinal, de Jesus sabemos alguns fatos concretos, mas e do Espírito Santo, o que é? Como se manifesta? Lendo os primeiros capítulos de Atos é possível constatar que o Espírito Santo também se torna visível; manifesta-se no movimento desencadeado pelas pessoas por ele impulsionadas. Após a descida do Espírito Santo sobre os discípulos, estes anunciam a Boa Notícia da ressurreição de Cristo. Movidas por este anúncio, pessoas se deixam batizar e passam a adotar uma forma diferente de viver. Por isso, quando sentires impulso de ir ao encontro do outro, de prestar ajuda, saibas que o Espírito Santo está te empurrando. Quando sentires vontade de dar idéias, de conhecer melhor e participar da comunidade, saibas que o Espírito Santo está querendo que coloques os teus dons a serviço da comunidade. Quando tiveres vontade de falar, de gritar, de solidarizar-se com pessoas necessitadas, seja de bens materiais ou de carinho, atenção e amor, mesmo que tenha que ouvir críticas, saibas que o Espírito Santo está sobre ti, que ele está contigo e que ele irá contigo.

Deus nos provoca ao amor

Deus jamais se arrepende do que faz, sendo assim, não volta atrás, não erra. Deus é amor, Deus é onisciente, onipresente, onipotente. Antes do ser humano pensar Ele já sabe o que pensou. Enfim, Deus já conhece a vida das pessoas do seu inicio ao seu fim.
Porém, Deus está sempre provocando nossa fé, o quanto o amamos, como também o quanto amamos nossos irmãos. Desta forma parece que Ele se torna alguém que vai e vem em suas decisões. Também Ele sabe até onde podemos chegar, conhece nossa capacidade de amar. Por isso ele também não se decepciona com o ser humano porque o conhece no seu todo.
É importante também ressaltar que Deus conhece todos os nossos limites, nossas fragilidades, dificuldades, complexidades. Enfim, ele tem plena consciência de nossas oscilações tanto na fé quanto na prática do amor. Somos seres santos, comprados pelo sangue de Cristo, mas ao mesmo tempo somos humanos e sujeitos a todas as formas de falhas, somando-se ainda a ação do mal que vive eternamente a nos tentar, levando muitas vezes a nos perdermos na caminhada.
Mas, como cristãos, não podemos nos esquecer que Deus sempre nos provoca para o amor. E o amor a Deus está na prática do dia-a-dia, seja em nossa vida intima de oração que é o dialogo com ele na contemplação, na Ação de Graças pelo dom da vida, em nossas suplicas, na meditação para redirecionamento de vida. Porém, é importantíssimo lembrarmos que o amor a Deus também está na pratica do amor ao próximo através da acolhida, solidariedade, fraterninadade, perdão. Portanto, o fruto da intimidade do ser humano para com Deus é a sua ação no mundo.
Finalizando, Deus muitas vezes nos provoca ao amor, em um de seus evangelhos nos mostra que há muita felicidade nos céus quando nos vê praticando o amor uns pelos outros. Deus não quer que nenhum de seus filhos se perca e quando vê que alguém está perdido Ele através de corações abertos a Sua Palavra e de pessoas movidas pelo amor de Deus vai ao encontro daquela ovelha perdida, deixando as noventa e nove que se encontram bem guardadas, para socorrer aquela que está perdida.

Água – Fonte de vida

Ao observarmos a imagem do nosso planeta, podemos ver que as águas ocupam espaço maior do que a terra. Em torno de 70% do globo são cobertos pelas águas. Mas, mesmo assim, existe falta de água para muitas pessoas, e onde falta água a vida se torna insuportável. Água é fonte de vida criada por Deus e que nem sempre é devidamente valorizada. Apesar de parecer que existe água em abundância, sabe-se hoje que menos de 3% de toda a água existente no mundo é água doce, e desta quantia, menos de 1% é água que pode ser consumida, já que a outra quantidade encontra-se em geleiras, lençóis subterrâneos, atmosfera...
Deus, ao criar o mundo, o criou de forma perfeita: “e viu que tudo era muito bom...” (Gn 1.31). Porém, as pessoas nem sempre souberam dar o devido valor a esta criação, e a água está incluída nessa falta de cuidado devido. Por isso, é necessário que nos demos conta que a água no planeta é limitada. Por isso, precisamos conservá-la para que ela possa continuar sendo a fonte da vida criada por Deus.

Educar com exemplos

Está cada dia mais difícil falar em educação no sentido amplo da palavra, aquela que se dá no lar, na escola, na sociedade. Educação não acontece apenas no espaço físico de uma escola.
A educação dos filhos e das filhas inicia no lar. Os exemplos recebidos são mais fortes do que as palavras.
A afirmação do caráter de cada pessoa é fundamental para a vida. E esta se dá através de exemplos dentro da própria casa.
O melhor fruto não nasce por acaso. É preciso plantá-lo e regá-lo, diariamente, para que a colheita seja boa, carregada de alegria, justiça e paz. Assim também é com a formação das pessoas: é necessário diálogo aberto, compreensão, tolerância, respeito mútuo e apreço ao que é justo e correto.
Pais e mães: seus filhos e filhas são "sementes" lançadas ao mundo. Queira Deus que elas encontrem "terra fértil" onde possam crescer cheias de amor para que também amem a outras pessoas.

O Senhor é o meu Pastor

Para um grande número de cristãos o Salmo 23, especialmente o primeiro versículo, é um dos preferidos. Lá o salmista afirma: "O Senhor é o meu pastor. Nada me falta."
Tenho visto  que cada vez mais as pessoas têm buscado a felicidade, a realização de sonhos. Quantas vezes, nessa busca, elas têm procurado de todas as formas, sejam lícitas ou não, concretizar seus projetos de vida. Em quantos momentos, vemos as pessoas até mesmo perderem o sono, pois as dificuldades para concretizarem os objetivos se tornaram grandes demais e elas não vêem como conseguir seus intentos.
Não quero dar uma saída mágica para a solução de todos os problemas, mas creio, do fundo do coração, que o salmista Davi, com a sua afirmação no Salmo 23, nos ajuda a levar uma vida mais tranqüila, do jeito que Deus quer.
Se eu coloco a minha confiança em Deus, eu posso afirmar com todas as letras: O Senhor é o meu Pastor, nada me falta. Deus não me deixa faltar o necessário para que eu tenha uma vida digna. Não quero dizer que Deus vai, como um mágico da lâmpada, me dar tudo aquilo que eu quero. Mas Ele vai me dar o que é necessário para que a minha vida seja abençoada, tanto em termos materiais, quanto espirituais.
A gente observa é que muitas pessoas têm buscado a Deus de uma forma equivocada nas mais variadas igrejas. Têm ido atrás de um deus que não é realmente o Senhor. São pessoas que têm, muitas vezes, tentado ser o senhor e fazer de Deus o seu servo, invertendo completamente as coisas. Deus não é servo. Deus é Senhor. E quando O buscamos, devemos ter essa consciência. Deus não está aí para satisfazer a nossa vontade. Devemos crer que a vontade dEle é o melhor para nós e orarmos com confiança: Seja feita a Tua vontade.
E Deus deseja, como bom Pai que é, dar a seus filhos o que há de melhor. E Ele sabe o que é o melhor para as nossas vidas. Lutero no Catecismo Maior, explicando sobre o primeiro mandamento, coloca, por assim dizer, a vontade de Deus em relação às nossas necessidades: "... o que te falta em matéria de coisas boas, espera-o de mim e procura-o junto a mim, e se sofres desdita e angústia, arrasta-te para junto de mim e apega-te comigo. EU, eu te quero dar o suficiente e livrar-te de todo aperto. Tão-só não prendas a nenhum outro o coração, nem o deixes em outro descansar." (1)
Querido amigo, querida amiga, coloque diante de Deus os seus projetos de vida. Peça orientação ao Senhor. Ele tem grandes bênçãos para você. Ele não quer deixar que nada te falte, mas é necessário que você não prenda o seu coração em nenhum outro: apenas no Senhor. O Senhor, como Bom Pastor, quer te guiar, quer nos guiar, a pastos verdejantes, às águas tranqüilas. Não vivamos correndo de um lado para o outro, feitos barata tonta. Não percamos noites de sono por causa dos nossos problemas. Aprendamos a fazer como o salmista: em tudo confiar no Senhor. Fazendo isso, vamos ter uma qualidade de vida muito melhor, e poderemos concluir junto com o salmista: "Sim, felicidade e amor me acompanham todos os dias da minha vida. Minha morada é a casa de Deus, por dias sem fim." (Salmo 23.6). Amém.
P. Telmo Noé Emerich

Desarmamento

A discussão em torno do desarmamento ganha mais uma vez as ruas a partir do relançamento, pelo governo, da Campanha pelo Desarmamento que iniciou no dia 6 de maio. A pergunta que mais uma vez se coloca é: Você é a favor ou contra a proibição da venda de armas? Segundo minha fé, a questão não deveria ser se você é a favor ou contra a proibição da venda de armas. A questão deveria ser: Você é a favor ou contra a fabricação de armas?
Sou de opinião de que todas as indústrias que fabricam armamento deveriam ser fechadas/lacradas. Porque enquanto existir uma só indústria ou "fabriqueta" de armas, elas vão estar na mão de pessoas. Eu diria que é como a bebida alcoólica. É proibido a venda de bebida alcoólica e o seu consumo por menores. No entanto o consumo entre eles está aumentando. Se não existisse bebida alcoólica ninguém ingeria o produto. Com as armas se dá à mesma coisa. Enquanto tiver ainda que uma única indústria no mundo que fabrica armas, pessoas vão fazer uso delas. Não tem como controlar. Por isso sou a favor de que toda e qualquer indústria deixe de fabricar armas. Aliás, a fabricação de armas nada mais é do que um sinal de que as pessoas ainda se preparam para a guerra.
Você já imaginou se os bilhões de dólares que são investidos todos os anos na fabricação de armamento, que promove a morte, fossem usados e direcionados para a educação, a saúde, alimentação, transporte coletivo, ciclovias, ferrovias. Enquanto se gastam bilhões de dólares todos os anos na fabricação de armas, bilhões de pessoas passam fome, necessidade, são excluídas e por isso não tem vida digna.
Jesus falou de um novo céu e de uma nova terra. Jesus falou que um novo mundo é possível. No Sermão do Monte Jesus repetia: "Ouvistes o que foi dito, eu, porém vos digo". Ou seja, uma vez era assim. Mas não precisa continuar assim. Vocês podem mudar, as coisas podem ser diferentes. Jesus falou de um novo reino. O Reino de Deus. Um mundo sem exclusões, sem preconceito, sem ódio ou cobiça, sem agressão física ou verbal. O Tema e o Lema da IECLB falam de Paz. Promovem a paz. A paz que todos nós queremos e necessitamos para viver é possível. Deus falou certa vez através do profeta Isaías que virão dias em que "os povos transformarão as suas espadas em arados e as suas lanças em foices. Nunca mais as nações farão guerra, nem se prepararão para a batalha." (Isaías 2.4) Que esta mensagem seja a nossa esperança e o nosso compromisso. Amém.

Ervin Barg
Pastor Sinodal


Mensagem para o Dia das Mães: Uma flor muito rara

Havia uma jovem muito rica, que tinha tudo: um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que lhe pagava muitíssimo bem, uma família unida.
O estranho é que ela não conseguia conciliar tudo isso, o trabalho e os afazeres lhe ocupavam todo o tempo e a sua vida estava deficitária em algumas áreas.
Se o trabalho lhe consumia muito tempo, ela tirava dos filhos, se surgiam problemas, ela deixava de lado o marido... E assim, as pessoas que ela amava eram sempre deixadas para depois.
Até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente: uma flor muito cara e raríssima, da qual havia apenas um exemplar em todo o mundo.
E disse a ela:
- Filha, esta flor vai te ajudar muito mais do que você imagina! Você terá apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, ás vezes conversar um pouquinho com ela, e ela te dará em troca esse perfume maravilhoso e essas lindas flores.
A jovem ficou muito emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual. Mas o tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a sua vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor.
Ela chegava em casa, olhava a flor e ela ainda estava lá, não mostrava sinal de fraqueza ou morte, apenas estava lá, linda, perfumada. Então ela passava direto.
Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu. Ela chegou em casa e levou um susto!
Estava completamente morta, suas raízes estavam ressecadas, suas pétalas caídas e suas folhas amarelas.
A jovem chorou muito, e contou a seu pai o que havia acontecido.
Seu pai então respondeu:
- Eu já imaginava que isso aconteceria, e eu não posso te dar outra flor, porque não existe outra igual a essa, ela era única, assim como seus filhos, seu marido e sua família. Todos são bênçãos que Deus te deu, mas você tem que aprender a regá-los, podá-los e dar atenção a eles, pois assim como a flor, os sentimentos também morrem. Você se acostumou a ver a flor sempre lá, sempre florida, sempre perfumada, e se esqueceu de cuidar dela.

O duelo entre a vida e a morte - Leonardo Boff

Num dos mais belos hinos da liturgia cristã da Páscoa, que nos vem do século XIII, se canta que "a vida e a morte travaram um duelo; o Senhor da vida foi morto mas eis que agora reina vivo". É o sentido cristão da Páscoa: a inversão dos termos do embate. O que parecia derrota era, na verdade, uma estratégia para vencer o vencedor, quer dizer a morte. Por isso, a grama não cresceu sobre a sepultura de Jesus. Ressuscitado, garantiu a supremacia da vida.
A mensagem vem do campo religioso que se inscreve no humano mais profundo, mas seu significado não se restringe a ele. Ganha uma relevância universal, especialmente, nos dias atuais, em que se trava física e realmente um duelo entre a vida e a morte. Esse duelo se realiza em todas as frentes e tem como campo de batalha o planeta inteiro, envolvendo toda a comunidade de vida e toda a humanidade.
Isso ocorre porque, tardiamente, nos estamos dando conta de que o estilo de vida que escolhemos nos últimos séculos, implica uma verdadeira guerra total contra a Terra. No afã de buscar riqueza, aumentar o consumo indiscriminado (63% do PIB norte-americano é constituído pelo consumo que se transformou numa real cultura consumista) estão sendo pilhados todos os recursos e serviços possíveis da Mãe Terra.
Nos últimos tempos, cresceu a consciência coletiva de que se está travando um verdadeiro duelo entre os mecanismo naturais da vida e os mecanismos artificiais de morte deslanchados por nosso sistema de habitar, produzir, consumir e tratar os dejetos. As primeiras vítimas desta guerra total são os próprios seres humanos. Grande parte vive com insuficiência de meios de vida, favelizada e superexplorada em sua força de trabalho. O que de sofrimento, frustração e humilhação ai se esconde é inenarrável. Vivemos tempos de nova barbárie, denunciada por vários pensadores mundiais, como recentemente por Tsvetan Todorov em seu livro O medo dos bárbaros (2008). Estas realidades que realmente contam porque nos fazem humanos ou cruéis, não entram nos calculos dos lucros de nenhuma empresa e não são considerados pelo PIB dos países, à exceção do Butão que estabeleceu o Indice de Felicidade Interna de seu povo. As outras vítimas são todos os ecossistemas, a biodiversidade e o planeta Terra como um todo.
Recentemente, o prêmio Nobel em economia, Paul Krugmann, revelava que 400 famílias norte-americanas detinham sozinhas mais renda que 46% da população trabalhadora estadunidense. Esta riqueza não cai do céu. É feita através de estratégias de acumulação que incluem trapaças, superespeculação financeira e roubo puro e simples do fruto do trabalho de milhões.
Para o sistema vigente e devemos dizê-lo com todas as letras, a acumulação ilimitada de ganhos é tida como inteligência, a rapinagem de recursos públicos e naturais como destreza, a fraude como habilidade, a corrupção como sagacidade e a exploração desenfreada como sabedoria gerencial. É o triunfo da morte. Será que nesse duelo ela levará a melhor?
O que podemos dizer com toda a certeza que nessa guerra não temos nenhuma chance de ganhar da Terra. Ela existiu sem nós e pode continuar sem nós. Nós sim precisamos dela. O sistema dentro do qual vivemos é de uma espantosa irracionalidade, própria de seres realmente dementes.
 Analistas da pegada ecológica global da Terra, devido à conjunção das muitas crises existentes, nos advertem que poderemos conhecer, para tempos não muito distantes, tragédias ecológico-humanitárias de extrema gravidade.
É neste contexto sombrio que cabe atualizar e escutar a mensagem da Páscoa. Possivelmente não escaparemos de uma dolorosa sexta-feira santa. Mas depois virá a ressurreição. A Terra e a Humanidade ainda viverão.

A cruz

Muitas pessoas, e muitas Igrejas, preferem falar da cruz vazia. Por isso em seu altar não tem mais o crucifixo. Com toda certeza precisamos sempre de novo destacar que Jesus não ficou na morte. No entanto ao mesmo tempo devemos lembrar que só houve ressurreição porque houve morte, porque houve cruz. Quer me parecer que quando ainda só se vê a cruz vazia pode se estar enveredando para um caminho de fé muito individualizada. Por isso diz o folheto: “Como você pode se beneficiar?” Quer me parecer que muitas pessoas só querem o benefício e onde se aponta para o compromisso as pessoas começam a se afastar. Quer me parecer que se está perdendo a perspectiva que encontramos no Evangelho de Marcos 8.34 onde Jesus diz: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, esse a salvará.” Volto a insistir. Obviamente que a fé em Jesus por si só nos dá muitos benefícios, um deles é a salvação. Mas esta fé em Jesus nos deve comprometer com o próximo, deve nos levar a fazer obras, não para alcançar a salvação, mas porque já a alcançamos por meio de Jesus.
Extraído de: http://www.luteranos.com.br/ - P. Ervin Barg

Páscoa

A Semana Santa, o período da Páscoa, é um tempo marcante para a caminhada da cristandade. Entretanto, vivemos, nos tempos atuais, uma perda gradativa da significação deste período. Por isso, urge enfatizar a importância deste tempo para a vivência da esperança no mundo que muito corre, luta e se destrói. Urge cada vez mais olhar para Cristo e ver o convite para fazer uma parada na vida, analisar o viver e também a sociedade que nos cerca.Muitas vezes, em meio a tudo que nos cerca, perguntamos pelos sinais da Páscoa hoje.


No entanto, podemos dizer que a Páscoa acontece onde a vida brota da morte; onde uma pessoa renova a sua confiança em outra e juntas constroem uma ponte para vencer a inimizade e o ódio; onde as pessoas não desistem no final de uma jornada, mas ousam recomeçar sempre; onde a pessoa não silencia na escuridão, mas cantarola a canção da esperança para vencer o silêncio da verdade que liberta; onde a injustiça é denunciada e a culpa é assumida; onde se vence a omissão; onde a pessoa ousa falar a verdade vencendo a mentira que entristece; onde uma pessoa carrega os fardos de alguém, mesmo que de alguém desconhecido, e assim, vence o sofrimento e juntos descobrirem um caminho novo, vencendo todo e qualquer obstáculo e preconceito...

Domingo de Ramos


A Semana Santa começa no domingo chamado de Ramos porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples que o aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor”.

A entrada "solene" de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de suas dores e humilhações. Aquela mesma multidão que o homenageou motivada por seus milagres, agora lhe vira as costas e muitos pedem a sua morte. Jesus que conhecia o coração dos homens não estava iludido. Quanta falsidade nas atitudes de certas pessoas!

Quantas lições nos deixam esse domingo de Ramos! O Mestre nos ensina com fatos e exemplos que o seu Reino de fato não é deste mundo. Que ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas veio para derrubar um inimigo muito pior e invisível, o pecado. E para isso é preciso se imolar; aceitar a Paixão, passar pela morte para destruir a morte; perder a vida para ganhá-la.

A muitos ele decepcionou; pensavam que ele fosse escorraçar Pilatos e reimplantar o reinado de Davi e Salomão em Israel; mas ele vem montado em um jumentinho frágil e pobre. Que Messias é este? Que libertador é este? É um farsante! É um enganador, merece a cruz por nos ter iludido. Talvez Judas tenha sido o grande decepcionado.

O domingo de Ramos ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja, e consequentemente a nossa também, é a luta contra o pecado, a desobediência à Lei sagrada de Deus que hoje é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um cristianismo "light", adaptado aos seus gostos e interesses e segundo as suas conveniências.

O domingo de Ramos nos ensina que seguir o Cristo é renunciar a nós mesmos, morrer na terra como o grão de trigo para poder dar fruto, enfrentar os dissabores e ofensas por causa do Evangelho do Senhor. Ele nos arranca das comodidades, das facilidades, para nos colocar diante Daquele que veio ao mundo para salvar este mundo.